Economista participou de evento em Natal
“A solução do Brasil passa pela solução do Nordeste”. É no que acredita o economista Marcos Nóbrega, palestrante do evento NOVO RN promovido pelo Novo Jornal. O encontro teve como tema “Um olhar diferenciado sobre a crise”. A afirmação vem com algumas constatações: se o Nordeste fosse um país, seria a quarta maior população das américas e o quinto do continente em dimensão territorial; o poder de compra na região atingiu 450 bilhões de dólares, mesmo PIB do Peru e República Tcheca; a classe média atingiu 42% da população; a região representa 13,5% do PIB nacional.
De acordo com o especialista – que é pós-doutor pelas Universidades de Harvard e Lisboa e professor da Universidade Federal de Pernambuco –, o que permanece atrasado no Nordeste é o modelo (clássico) de desenvolvimento que se tem para a região, ainda baseado na solução hídrica. “A ruptura disso se dá nos anos 1950, quando o economista Celso Furtado chega e diz: o problema não é falta de água. O problema é fundiário, de industrialização”, alerta. Outro ponto que merece atenção é o desenvolvimento com base em produtos primários. Para ele, isso é reproduzir um modelo de 500 anos.
Ele também critica o centrismo do país. “Nós não precisamos passar pelo modelo industrial de São Paulo para encontrar nossas alternativas. Você não precisa reproduzir um modelo de chão de fábrica, exportador primário. Isso é o passado”, conclui, ao mostrar que existem alternativas. A estratégia é pensar de forma global o país, a região e o estado. Para o economista o Nordeste é um potencial de consumo e quem desejar entrar no mercado brasileiro de forma robusta tem que pensar em entrar pelo Nordeste. Em sua opinião, essa imagem de oportunidade precisa ser vendida. Informações: Novo Jornal.