O governador Robinson Faria teve que escolher: ou iria para Caicó, onde a população revoltada com a falta d´água resolveu fazer uma manifestação gigante através das redes sociais, ou encontrava o presidente Michel Temer. Optou pela primeira. Com a sapiência de quem nasceu os dentes nas rodas políticas. Da reunião com Temer resultou o acordo para repasse de multas da repatriação. O RN receberá R$ 210 milhões. Convenha-se que a verba viria com ou sem a presença do potiguar.
“Decidi vir junto com a minha equipe para mostrar que o Governo do Estado está trabalhando para atender o povo” enfatizou Robinson durante discurso já na cidade, tentando camuflar o ar sinônimo de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Entre anúncios de medidas emergenciais, não perdeu a oportunidade de alfinetar e jogar a culpa em outros órgãos. Ainda ganhou coro de lideranças antes tão bacurais.
Como se o chefe de Estado não tivesse voz ativa para fazer contestações. Aceitou a transferência da obra da adultora de engate rápido, talvez até como “ajuda” – leia bem entre aspas – durante um momento de crise. A verdade é que seria tão mais simples esquecer velhas rusgas e focar no principal: trabalho! Mas o ego político precisa se justificar cutucando sempre o outro lado. Cá prá nós, tão clichê, senhores!