Um relatório recente da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar mostra o retrato cruel da fome no país, agravada com a pandemia de Covid-19. Mais da metade dos brasileiros, 116 milhões de pessoas, se encontram em situação de insegurança alimentar. 46,2% em insegurança moderada. E 9% vivenciam a realidade da fome.
“No Rio Grande do Norte, a situação não é diferente. Segundo dados do CadÚnico do Governo Federal, mais de 1 milhão de potiguares vivem com uma renda inferior a R$ 89 por mês, o que claro, não garante o direito ao básico da dignidade, que é comida na mesa. Isso representa 1/3 da nossa população”, diz Carlos Freire, coordenador da ONG Avoante.
Iniciativas da sociedade civil, espalhadas por todo o Estado, ajudam a amenizar a situação. Esse é um dos objetivos da Campanha Natal Sem Fome, idealizada em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e que será lançada em todo o país neste domingo. No Rio Grande do Norte, a ação é coordenada pela ONG Avoante e Coletivo Amigos Contra a Fome. Desde o início da pandemia as instituições juntas: Ação da Cidadania, Avoante e Amigos Contra a Fome, já distribuíram mais de 160 mil quilos de alimentos.
“O Natal Sem Fome surgiu principalmente para colocar em pauta a discussão sobre o tema no Brasil, e paralelamente, arrecadar alimentos que são distribuídos às pessoas em situação de insegurança alimentar. Afinal, ‘Quem tem fome, tem pressa’, como diz o slogan da campanha”, explica Carlos. Esse ano, por causa da pandemia, a campanha será feita mais uma vez de forma virtual, com doações em dinheiro pelo site www.natalsemfome.org.br. Todo valor arrecadado será revertido em cestas básicas.