Centro Português de Arquitectura

Casa da Arquitectura, em Matosinhos, Portugal

O primeiro desenho do que viria a ser Brasília encontra-se hoje a 7.500 km de distância da capital brasileira, do outro lado do Atlântico, em um museu de Matosinhos — pequena cidade portuguesa na região do Porto. O original da proposta feita pelo arquiteto Lúcio Costa e enviada ao concurso nacional em 1957 ficou mais de 20 anos sob cuidados de sua família. Sem condições de preservar e divulgar tudo o que o grande arquiteto produziu, o clã enviou este ano o espólio completo de Costa para a Casa da Arquitectura — Centro Português de Arquitectura.

Essa mesma instituição já abrigava tudo o que foi produzido por Paulo Mendes da Rocha, outro brasileiro mundialmente reconhecido, vencedor do prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura. “Fui chamado de colonizador, mas sinto-me é colonizado pela arquitetura brasileira, pelas maravilhas que encontrei lá”, afirmou Nuno Sampaio, diretor executivo da instituição, ao guiar a reportagem do TAB em uma minuciosa visita ao local.

Em Portugal, o diretor já recebeu críticas pelo fato de a Casa da Arquitectura, criada com verbas municipais de Matosinhos e mantida com apoio também do governo da República, dar espaço demais para os estrangeiros. Mais especificamente, por dar espaço demais aos brasileiros na Coleção Brasil.Como instituição, a Casa da Arquitectura existe há 10 anos, mas a sede atual  tem a infraestrutura necessária para preservar, cuidar e expor acervos de arquitetos está completando em novembro o 4º aniversário.

A reabilitação de uma antiga vinícola para a nova finalidade custou 10 milhões de euros -cerca de R$ 66 milhões. O diretor da Casa da Arquitectura afirma que o Brasil não está perdendo nada, ainda que seja preciso ir a Portugal para ver desenhos originais de obras tão importantes para o Brasil. “Esses documentos estavam guardados; ninguém podia vê-los. O Brasil  e o mundo vão ganhar acesso a eles”, defende. Portal Uol