Cuidado!!! Propaganda enganosa

Pessoas em busca de emagrecimento ou de resolução de problemas de disfunção sexual são alvos recorrentes de peças de desinformação estrategicamente pensadas e amparadas pelo marketing para vender suplementos irregulares. Num intervalo de apenas dois dias, o portal Lupa avaliou a quantidade de propagandas de produtos que foram sugeridas pelos algoritmos das redes sociais e do Google após pesquisar sobre esses assuntos. Foram 17 anúncios nesse período, todos com conteúdo enganosos, recomendando a compra de cápsulas com fórmulas milagrosas para perder peso rápido ou tratar disfunção erétil.

Alguns desses produtos foram anunciados por meio de reproduções falsas de sites de notícias, como o G1 e o Fantástico, da TV Globo, para enganosamente levar usuários da internet a entender que se tratava de informações verdadeiras noticiadas por veículos de imprensa. Um deles usou, inclusive, a imagem da cantora Preta Gil em uma notícia forjada do site GShow para convencer leitores de que é possível perder 17 quilos em apenas sete dias.

Em 2019, um grupo de sete pesquisadores analisou os suplementos alimentares mais vendidos nas lojas online brasileiras. A conclusão foi alarmante: 97% dos produtos apresentavam informações enganosas e com apelos comerciais não permitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Além da desinformação, o estudo, publicado na Revista de Saúde Pública, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, mostrou que uma grande parte dos suplementos vendidos no país continha substâncias irregulares.

Em pelo menos 15 das 44 marcas mais populares testadas naquele ano havia substâncias proibidas pela Anvisa, como efedrina e 1,3-dimetilamilamina — essa última banida desde 2017. Essa pesquisa foi realizada logo depois do marco regulatório dos suplementos, em 2018, quando a agência estabeleceu uma regulamentação específica para esse tipo de produto. Na época, o órgão tinha dificuldade em fiscalizar suplementos vendidos especialmente pela internet. Do portal Uol