Que o “sistema” é falho e que a Penitenciária de Alcaçuz é uma escola de facções sobre dunas, isso já se sabe há muito tempo. Porém, entre uma rebelião e outra, os gestores públicos sempre remendavam a situação com velhas desculpas esfarrapadas. Agora, a coisa mudou de patamar. A direção do presídio enviou documentos à Secretaria de Justiça e Cidadania, que relatavam a situação alarmante e instável, com risco de invasão de pavilhões e mortes. O texto pedia “total atenção das autoridades”.
Os ofícios, divulgados hoje por alguns jornais da capital potiguar, foram encaminhados nos dias 3, 9 e 11 de janeiro. Nove dias depois, a baderna se instaurou não só em Alcaçuz, mas com atos de violência em várias cidades do Estado. Para o secretário da Sejuc, Virgolino Fernandes, tudo não passou de uma fatalidade. Quantas mesmo nesses 18 anos?
A situação foi considerada resolvida após investimento de quase 9 milhões de reais, cerca de 1.800 soldados de chumbo nas ruas e uma afirmação vergonhosa do ministro Raul Julgmann: “a operação foi um sucesso”. Senhor governador Robinson Faria, sinto informar: é uma falsa sensação. Ou o senhor toma pulso – e não há necessidade de detalhar as medidas necessárias – ou a chapa vai ficar quente, sem nenhum preso nela. E, com certeza, não é modo de falar! Dá para ver que eles são mais organizados que muito governo por aí.