Um estudo inédito apresentado no ASCO Annual Meeting 2021, no último dia 5 de junho, ainda sem publicação em revista científica, aponta que a taxa de uso de quimioterapia no último mês de vida permanece alta entre os pacientes com câncer no Brasil. O encontro, realizado virtualmente para garantir a segurança em meio à pandemia do coronavírus, é organizado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica e considerado o maior congresso sobre câncer do mundo.
De acordo Munir Murad Júnior, principal autor da pesquisa e oncologista da Oncomed BH, clínica especializada de referência em prevenção e tratamento de doenças neoplásicas, as taxas de quimioterapia no fim da vida variam em todo o mundo, mas são altas no Brasil e não apresentam sem benefícios claros.
“O uso do tratamento com a doença já muito avançada, quando o paciente está incapacitado fisicamente de realizar tarefas simples, pode aumentar ainda mais a debilidade e prejudicar a dignidade. A quimioterapia deve ser pensada de forma individualizada para não trazer mais mal do que bem”, diz o médico.