Na teoria, Romero Jucá está licenciado do Ministério do Planejamento. Na prática, é carta fora do baralho. Michel Temer, que já é interino, não pode se dar ao luxo de ter um interino na pasta encarregada de uma das principais missões do governo, que é o corte de gastos. O anúncio da tal licença foi só uma tentativa de dar uma saída honrosa a um dos principais responsáveis pela costura política que levou à abertura do impeachment e à ascensão de Temer ao poder.
Dyogo Oliveira, o sub de Jucá, é uma das autoridades investigadas pelo TCU pelas pedaladas fiscais. Não pode, portanto, esquentar a cadeira no Planejamento num momento crucial como este. O mais provável é que Temer use os próximos dias para nomear um ministro novo em definitivo para a pasta. José Serra, hoje no Itamaraty, é um nome muito forte para migrar para uma área que já ocupou no governo Fernando Henrique Cardoso. O risco que o Planalto avalia é o de choques com Henrique Meirelles, titular da Fazenda. Para evitar mais essa crise, Temer pode optar por um nome menos qualificado pra o posto, mas mais controlável. Informações
: coluna Radar no portal Veja.