“Além do Imaginário: a Arte Popular antes e depois de Xico Santeiro”. Esse é o tema da Mostra de Arte Popular lançada na tarde desta segunda-feira , na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. A exposição tem 82 obras em madeira de do próprio Xico Santeiro e artistas que vieram antes e depois do principal homenageado da mostra.
Fazendo parte do calendário cultural da Assembleia, a Mostra de Arte Popular é o segundo evento do ano nesse gênero, promovido pelo Núcleo Historiográfico da Cultura Potiguar Presidente Café Filho, ligado ao Memorial do Legislativo Potiguar. Anteriormente, a exposição trouxe ao público a obra de Auta de Souza. Agora, o foco é a versatilidade e a revolução cultural a partir de Xico Santeiro.
Xico Santeiro foi o pseudônimo dado a Joaquim Manoel de Oliveira, nascido em 1898 e que produzia suas artes sacras, nos anos 40, sem uma assinatura. Era um artista “imaginário”, como se chamavam escultores que não assinavam suas obras. A situação mudou somente após a chegada de Joaquim Manoel a Natal, quando conheceu grupos de intelectuais, tornou-se um artista mais reconhecido e acatou um conselho de um admirador de seu trabalho.
“Foi o pai do diretor Augusto Viveiros, Paulo Viveiros, que sugeriu que o artista assinasse suas obras como Chico. A escrita errada, com X, deixou o nome ainda mais marcante e fez com que seu trabalho ficasse conhecido por todos”, explicou o curador da mostra e responsável pelo Núcleo Cultural Presidente Café Filho, Alexandre Gurgel.
Durante a Mesa Redonda realizada no lançamento da Mostra de Arte, Alexandre Gurgel discutiu com os professores e pesquisadores Antônio Marques e Everardo Ramos sobre a história do artista. O debate, que contou com a participação de todos os filhos do artista, enalteceu a trajetória de Xico Santeiro e a forma com que ele influenciou os artistas que vieram posteriormente. Além da arte Sacra, Xico Santeiro também produziu outras peças devido a pedidos de amigos que apreciavam sua obra.