Se confirmadas, as gravações feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista, que supostamente mostram o presidente Michel Temer dando aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, ambos presos na Operação Lava Jato, seriam suficientes para abertura de uma investigação e de um posterior pedido de impeachment, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.
É a primeira vez que o presidente Temer é envolvido na Operação Lava Jato devido a ações praticadas durante seu mandato presidencial. “A Procuradoria-Geral da República não só pode como deve investigar esse caso. O pedido de abertura de inquérito deve ser levado ao STF”, afirmou José Nantala Bádue Freire, especialista em direito constitucional da Peixoto & Cury Advogados.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal “O Globo” nesta quarta-feira, a conversa entre Joesley e Temer teria acontecido no dia 7 de março no Palácio do Planalto. O empresário teria gravado a conversa com um gravador escondido. Segundo a reportagem, Joesley disse ter contado a Temer que estava pagando a Cunha e Funaro para ficarem calados. O presidente, segundo o empresário, responde: “Tem que manter isso, viu?”.